por que eu não consigo para de pensar em você?
vou escrever isso em fluxo de pensamento porque meu objetivo é exclusivamente por documentação desse episódio, um fenômeno alheio a tudo o que eu vivo nesse momento, e especificamente por isso o faz digo de nota ou, sei lá, acho exagerado dizer mas, especial.
eu sabia o nome desse post desde sempre: banter.
por que, isso? por que, você.(?)
não é sobre você. isso pra mim é obvio, talvez pro seu ego não seja. mas, se você pensar dois segundos, você entende. eu nem te conheço.
sei sim, um punhado de coisas que você me contou ou mostrou por aí. mas eu e você sabemos que nenhuma dessas coisas são as que te faz especial. e você sabe que é. mesmo que eu só suspeite que você seja.
o que alugou o seu triplex na minha cabeça é apenas o que você é, ou o que você performa, que diz respeito a mim. o que você parece ser que eu não sou. a atenção que você me dá. as coisas certas que você diz.
o jeito que você me olhou dizendo com toda a segurança – que eu nunca tive na vida – que nosso date seria certamente uma delícia.
tudo o que você parece ser e que eu nunca serei.
vou repetir:
tudo o que você parece ser e que eu nunca serei.
provavelmente em breve eu vou te odiar ou, no mínimo, te desprezar (e secretamente te invejar) por exatamente os mesmos motivos.
a segurança em ser o que nunca serei.
porque eu nunca serei um homem no controle de tudo.
no topo do mundo.
no topo de um mundo que eu perdi e eu parti.
porque eu talvez, justamente, nao era. um homem.
eu era uma menina num mar de meninas. lindas. interessantes. sedentas. curiosas. jovens.
o que hoje nem sou mais, veja bem.
e eu amava ser. eu sinto uma certa saudade de ser. mais ainda, de ser que a vê. que vê uma mar delas.
estou divagando, eu sei. é 1:33 da manhã, eu bebi a primeira vez depois de perder minha mãe, eu tenho um amor pra vida toda do outro lado do oceano e eu to aqui gastando meu teclado em você. que eu nem sei quem é.
eu nem sei seu nome, na verdade.
eu tô só tentando entender.
porque tem uma coisa aqui que me pega pelo estômago e que fisga tudo o que é meu e EU QUERO sem nem saber por que.
tô aqui dizendo porque. tentando entender.
the banter.
um mínimo de jogo, pro jogo. nem é necessário muito repertório assim, é? não é. bem menos do que as jovens sedentas e lindas em cardumes certamente têm.
mas o suficiente, você tem. o que é esse suficiente?
o que num punhado de palavras consegue fazer esse malabarismo com o que me é de mais precioso?
foram só palavras, sim, que me fizeram sair de casa para espiar e pagar pra ver.
mas daí, eu só consigo pensar em um segundo – apesar de toda a tensão que senti desde sempre
eu já descrevi esse segundo, estou me repetindo.
me convenci de forte resolvida pra em um segundo fazer da minha vida um castelinho de areia a mercê de coisa alguma.
o maior amor do mundo, a mercê de coisa alguma.
de perspectiva, pelo menos, meu amor se beneficiou. mas, a bem da verdade, a perspectiva TUDO escancara.
preciso dar muitos passos pra trás pra enxergar com o devido distanciamento.
mas o high. ah, o high.
se for pra produzir. se for pra entender melhor o que acredito. se for pra reforçar o que quero. a gente vive o high, né?
mas e não é isso que todos os viciados diriam?