write, cindy, write

Estou me permitindo ser meio adolescente.

Escrever coisas que, no meio da noite, considero bem bestas. Fazer as pazes com as críticas que imagino que estão nas cabeças alheias (justo porque também habitam a minha).

Perceber que meus dilemas são parecidos com os que me perturbavam há mais de dez anos.

Tudo bem, é o meu processo.

Meu maior exercício é ser generosa comigo mesma.

Recuperar hábitos que eu cultivei por tantos anos e, justo por questionamentos internos, abandonei. Uma falta que, agora percebo, pode ter sido decisiva. O silêncio me fez tão mal, aparentemente.

Por tanto tempo, nesse hiato, eu pesei: putz, olha só a Lena fazendo fortuna com coisas tão banais quanto. Olha a Rupi com as mesmas dores, quanta beleza.

Me encorajava, rabiscava duas linhas e largava no meio. Eu sou bem implacável com quem está perto e ninguém está mais perto de mim do que eu.

E assim eu persisto. Não importa a forma, não importa a língua, só importa vontade. Eu vejo esse tanto de acesso repetido durante o dia, fico imaginando todas as análises negativas e aí me lembro: estão lendo. Estão voltando.

E não faz a menor diferença. Os motivos só têm que ser meus.