no ultimo mês ganhei um dos amigos mais queridos da vida e o primeiro real fuck buddy da minha história. a presença desse cara nos últimos tempo é tão bacana que é até maldade colocá-lo num post alheio. porém, aqui está o contexto.
o leo acabou um namoro/casamento de mais de seis anos há uns seis meses. o jeito que fala da ex (a qual eu conhecia, por termos vários amigos em comum e por nos conhecermos há coisa de 10 anos), é de uma delicadeza, de um coração aberto que eu nunca vi. sorte de quem teve um ex que o amou tanto quanto leo amou maria. é bonito pra caramba.
amou, não. ama. fala na maior naturalidade pra moça deitada pelada do lado dele na cama, que responde: eu também, acho que vou amar pra sempre. os dois contam dos filhos que planejaram ter com o outro casal que não está naquele quarto, sob o barulho do ar condicionado esguelando num fevereiro no rio. é nesse quarto que eu aprendo, com toda profundidade, o que é o luto do amor que não é o meu. sou apresentada a um outro luto, que pode muito bem dançar junto com o que mora comigo.
ele conta, em tópicos muito bem construídos ao longo dos meses, quais são as questões mais importantes. é bem verdade que naquela hora eu não concordei com a mais crucial pra mim, hoje. (passo por todos ou vou direto? vou direto:)
“maria, a maria com quem me casei, a maria com quem escolhi o nome das minhas filhas, a maria que ainda amo, NÃO EXISTE MAIS. a maria que está lá no porto escrevendo poesia é uma pessoa que eu nem conheço e, caso ela estivesse aqui, no seu lugar, seríamos dois estranhos.”
juro que pensei: ATA. no insta looks like the same maria to me. e tudo bem funcionar assim para você, que bom, mas o meu amor tá lá também, do outro lado do oceano e ele é apenas ELE, o homem da minha vida.
ah, lorena, vem ca e me dá um abraço. vamos comemorar juntas, é tetra, todos gritam com o galvão. para mim, a teoria do meu amigo faria muito sentido SE fosse verdade, o que eu duvidava com a minha vida.
era verdade. jackpot.
a diferença é que maria um dia foi a maria do leo. por seis anos, no mínimo.
o meu amor, o dono das características que tinham a minha completa admiração, é um personagem que nunca nem cpf teve.
pela primeira vez, aos 34 anos de idade, eu tive a experiencia de deixar de amar alguém que amei profundamente. alem do mais, superar um amor que não mais existe é um processo que o leo está aprendendo e me ensinando.
mas eu já sei que não dá pra amar alguém que nunca existiu. ninguém teve que ensinar. foi num segundo.