a qualquer momento é capaz que eu exploda de tanto conflito.
eu quero, eu não quero. eu gosto, eu não gosto. vale a pena, preciso desistir.
quase um mês construindo esse turbilhão particular. mastigando, repensando, organizando – na medida do impossível – para regurgitar uma conclusão, ou no mínimo novas perguntas.
chegou a hora. preciso falar, preciso trocar, preciso de um olho no olho, um aceno de cabeça pelo menos. cadê?
a analista tem problemas muito maiores para cuidar.
uma amiga planeja um casamento. a outra, uma mudança. a outra está presa na própria confusão interna.
(e outros me mostram no silêncio que a intimidade se perdeu no tempo – e foi tudo culpa minha, mesmo).
entre as coisas que eu consegui digerir e decidir nesse mês, uma delas foi de que eu teria que me reaproximar dos meus (sim, de novo). me forcei pra não desmarcar o jantar de quinta, o drink de quarta, aquele outro compromisso no meio da semana. não é que não tinha saudade, sabe, mas eu já descia do carro apertada em tudo o que eu tinha pra falar. no fim da noite, voltei pra casa engasgada todas as vezes e acabei vomitando em cima do único que eu tinha que poupar.
eu falo para as pessoas, às vezes, que talvez a gente seja mais amigos que namorados. eu não falo pra ninguém – mas tenho muito claro pra mim – que ele é o melhor amigo que eu tive em muito tempo.
a minha pessoa.
a minha pessoa me escuta, me ampara, me dá norte e é mais que tudo, o meu espelho. aqueles espelhos bem de provador da victoria’s secret, onde você se vê inteira, despida, todos os detalhes (e defeitos) escancarados e mesmo assim você se acha incrível. eu não lembro quando tive uma pessoa assim, se é que já tive.
eu definitivamente nunca vivi um caminho pro fim tão sensato, honesto, inesquecível e que, sim, continuava sendo o fim.
a dúvida que fica é: como acabar o namoro e manter a ~minha~ pessoa?