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going south

g

estou bem louca sem o lítio.

parei de chorar um pouco, dormi montes, tive vários pesadelos. enquanto estou acordada eu vejo minha graça se esvaindo, vejo o moço esquecendo – mais uma vez eu me assisto desaparecer. deve ser bom pra quem consegue me fazer sumir. ele está bem, cada vez melhor, life without me never seemed more promissing.

eu puxo conversa as 11 da manhã e ele reclama que ~o trabalho~. trabalho my ass pra quem ficou de papo ontem até às três.

prioridades.

vem um feriado por aí e eu tenho medo. três dias encarando paredes, comendo de frente pro espelho, dormindo sem saber se é dia ou se é noite. não quero fugir, quero enfrentar. sei que posso fazer várias merdas nesse período.

voltei com uma preguiça absurda dos meninos dos dating apps, criei uma lista infinita de coisas que não devem ser feitas. onde você mora? não. o que você faz? não. você é linda. tchau. tem sido cada vez mais difícil tirar alguma coisa dali.

percebi que eu criei um padrão involuntário esse ano dos moços que vão pra frente. comecei investindo nos diretores de arte tatuados loucos e acabei com os economistas loirinhos novinhos de uma religião específica. que clichê.

tá todo mundo no bolo. eu fico pensando o quanto eu sou banal, quantas de mim tem por aí.

é só um desses aparecer e me jogar pro whatsapp em três segundos que eu entro num high eufórico enquanto pagino as fotos da última viagem do cara no facebook. a gente passa pela checklist trabalho/viagens/seriados/shows/cinema. eu falo do inhotim, ele pergunta do feriado. me conta da tese de mestrado e das agruras do gmat.

ninguém tá cansado desse script não? só eu?

preciso voltar a gostar do jogo. ainda cultivo um total desprezo pelos caras que me ligam, ainda não tive coragem de sair com ninguém. a amiga faz pressão para que eu aceite sair com o menino hipster que ela saiu em 2010:

– onde ele quer te levar?

– naquele bar na augusta.

– hahaha. foi lá que ele me levou.

que patético, todos somos bem patéticos repetindo padrões, cada um o seu.

eu leio o post apaixonado que ela fez em 2010 sobre o tal casinho tatuado e tento criar coragem. o cara tá me cobrando horários, perguntando se está de pé. eu acho que é tudo uma perda de tempo idiota, que eu posso passar por isso não tendo que acordar no apartamento na rua famosa do centro vestindo a camisa surrada do scarface.

ou então eu posso levar essa brincadeira como uma experiência antropológica. ver se vale o passeio.

odd times, amigos.

(for future reference)

About the author

desfilles

I got fire in my brain. In my heart and veins. In between my legs.
(And now I'm back to writing.)

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By desfilles

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