escrever. me forço a escrever. uma palavra desconexa, que seja. preciso digitar e digitar e digitar.
tenho a sensação que repito o mesmo texto à exaustão: a mesma métrica, o mesmo tema, as mesmas aflições.
escrevo novamente.
volto de um date ruim e recebo de uma amiga a sua foto no celular. eu estou lá refletida nos óculos – câmera na mão – e estou lá no rodapé, escrita no endereço de um blog qualquer – esse.
tempo. às vezes para de doer. o rush do date bom já passou e eu ainda choro escondida. abro outras fotos e vejo que o tempo te fez distante. te fará um estranho.
distância. até que tentamos nos manter distantes. eu me deixo vencer e aceito o silêncio, você me traz de volta em basicamente tudo. até para o dating site você me trouxe, enfim. a separação vai aos poucos e você volta, sem aviso.
separação. tenho tentado acreditar que estar separado é o único jeito de ser, eventualmente, junto. separados você lê meus escritos, eu vejo as suas fotos, a gente pensa em um tempo nosso mais do que gostaria e finge que não é nada disso. a gente guarda pautas para nossa próxima conversa proibida – um sem-número de pergunta que escapam da sua garganta na mesma velocidade que escapam da minha.
eu começo a acreditar no tempo. na distância. na separação. eu acredito nas coisas que nenhum deles vai apagar.
é nelas que eu acredito.